terça-feira, 29 de julho de 2008

XLVIII

aprendi a deixar os livros gastarem-se; ficaram pesados de pó, do limo do tempo em sua mistura viscosa, seu tapete de argila e quartzo, os bichos minúsculos que moravam comigo numa casa branca.
vim-me embora , deixei guardadas lá colônias de algas verdes e azuis sobre as pedras úmidas, para um mês depois trazer os livros comigo, todos. e aprendi a deixar as cicatrizes marcarem-lhe a pele, pois viajaram demais. agora eles estão ainda mais gastos, carregam meus olhos gravados.
estou em paz, a um passo.
dei adeus a alguma solenidade, e leio-os, ávida.

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