aprenderam a viver umas com as outras há tanto tempo. fizeram as contas: não passavam mais de um dia juntas desde os vinte anos. da última vez não havia os filhos, os móveis e os livros, os maridos novos, os antigos, os casamentos e os namoros desfeitos, os amores sobreviventes, o desfazimento das vidas, um refazer de tudo.
da última vez não tinham vivido ainda.
saíram de manhã bem cedo, o aeroporto fechado por causa do nevoeiro, a conversa esticada num café. sentiam-se como árvores, as raízes por tantos lados. já tinham vivido então.
qual com sua saudade, o encontro com a própria história, foram viajar: cinco. tanto tempo depois do encontro marcado para o ano 2000, aquele que esqueceram, pois o que bem sabiam era por à prova as tradições que construiam para si.
Nenhum comentário:
Postar um comentário