quinta-feira, 15 de maio de 2008

XLI

agora que a casa é feito uma nuvem despedindo-se da opacidade, pediu que a abraçasse até que o vento da noite não ruja mais; ou, ele sabe, agora que o quarto escuro se ilumina passo a passo. ela pode ir. ela pode voltar. agora toma banhos longos em água fervente, com aroma de chá preto, enquanto visita suas reflexões bem óbvias. ela pode ir, pode ficar. viaja suavemente até lá, distrai-se com as luzes do caminho. despe-se. enquanto recolhe dos olhos dele doses de encanto e volúpia, ela mergulha lâminas de papel em café, pelo gosto de escurecê-las. ela pode ir, ela voltará. ele envolve-a - não sabe se o alívio é seu ou dele, mas respira a mudança.

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