quinta-feira, 26 de julho de 2007

XVIII

nuvens, uma fumaça escassa e uma metrópole no alto da serra. meus anéis têm cicatrizes. histórias e horizonte entre essa mulher que sou eu e você, quem você se tornou, são uma coisa só: vida que delineia cicatrizes; são nossas fantasias de você e de mim. suas, minhas. acabou tão depressa que nem molhei a boca, não lambi os lábios. acho que foi por que você saiu cedo para viajar. o desejo espesso. de manhã a neblina que se abria quando o carro passava. uma fumaça escassa junta o verde, as casas, o asfalto da estrada. o cheiro, o cheiro, o caminho estreito que espreita a cidade imensa, sua blusa de malha branca deixada por aqui. você decifra mapas de ruas, uma luz tênue laminando o asfalto. eu desperto na casa que te viu sair ainda na penumbra. seus gestos sob meus pés descalços. eu fui, você me chamou, quase te ajudo a chegar: por pouco viajaríamos juntos. um chocolate e uma bala de menta no bolso do meu casaco. volantes desenham o diagrama da paisagem, paramos depois de errar, eu e você. hoje contei as pontes no mapa: é só cruzá-las, uma a uma - chegamos.

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